02/11/2009 17:40

IOF - Imposto sobre Operações Financeiras

Aprovado recentemente, o IOF – Imposto sobre Operações Financeiras - já vem mostrando as suas conseqüências no mercado financeiro. A alíquota fixada em 2% tem como justificativa a diminuição do ritmo de entrada de dólares para a compra de ações e títulos de renda fixa o que tem levado à valorização do real frente ao dólar. A apreciação reduz a competitividade das empresas brasileiras, reduzindo as exportações e elevando as importações.

Nos quatro primeiros dias de incidência do IOF - de 20 a 23 de outubro - o Brasil recebeu o valor correspondente a um quarto da média de aplicações observadas anteriormente à medida, havendo também a saída líquida de dólares. Desde o início da cobrança do imposto, 2,2 bilhões de capital externo deixaram a bolsa do país. Apesar do ingresso dos recursos externos estarem decrescendo, o fluxo cambial continua positivo. A queda do ingresso médio de dólares no país foi de 60,3%, excluindo-se os recursos para operações na BMF&BOVESPA.

Além do efeito do IOF, houve um aumento da aversão ao risco nos mercados internacionais, inclusive no Brasil, portanto a magnitude dos efeitos da medida só será observada em algumas semanas. Papéis considerados sólidos como Vale e Petrobrás são as ações que mais poderão sofrer com a queda da demanda estrangeira.

Uma semana após a adoção do IOF, o dólar continua em queda, o que gerou entre os economistas a impressão de que o governo se equivocou com a medida. Por outro lado, ela tem forte potencial de arrecadação adicional para os cofres públicos, muito importante para o ano de 2009 em que o Brasil teve perda de receitas.  

*A desvalorização do dólar faz com que o consumidor residente no Brasil, tenha um poder de compra maior sobre produtos importados, como conseqüência disso a demanda pelo produto interno acaba caindo, prejudicando a economia nacional.  

( Por: Mara Müller, em 02/11/2009 )

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